De
imediato, podemos separar a palavra em dois monemas, ou formas mínimas, os seus
constituintes: “MÁRCIO” e o sufixo “-ANO”,
bastante comum, com o sentido fundamental, conforme Oiticica1,
de , relação, proveniência, origem,
pertença; exs. “serrano, que vem de serra; originário de lá; italiano, que vem
da Itália, nascido, fabricado lá, urbano, da cidade, pertencente à cidade ou
dela proveniente.
Proximamente,
MARICANO provém do latim MARTIUM – A – UM, adjetivo de primeira classe.
A raiz
MÁRCIO, primeiro elemento da palavra
MARCIANO, vem do latim MARTIUM, aliás, é a própria forma latina
desnasalada, com a simples adaptação da
grafia, pois o –T-, naquelas condições, já soava –C- em latim: MARTIUM/MARCIO.
Resumindo,
em MARCIANO, temos uma raiz derivada do latim MARS, MARTIS, substantivo da 3ª
declinação, para designar o deus da guerra. DDa mesma família etimológica temos
MARCUS (grande martelo de ferreiro), cujo diminutivo nos deu MARCELO, pequeno
martelo.
A título de
curiosidade, damos abaixo outros cognatos, ou seja, outras palavras da mesma
raiz:
1. Março: (martius mensis), mês dedicado a MARTE,
deus da guerra;
2. Marçal: lat. “martialis”, marcial, de marte;
e. Marcelino: Marcelinus, diminutivo de “Marcelo” que,
embora já seja um
diminutivo
em latim, em português essa noção diminutiva
desapareceu,
como em “abelha”, derivada do diminutivo latino
“apicula”, se faz
em português abelhinha, pela obliteração do
sentido
primeiro.
Por
derradeiro, MARCIANO vem do latim MARTIANUM (acusativo), decomponível na raiz MARTIUM e no sufixo –ANO (latim ANUM)
1.
Oiticica - José. Manual de
Análise. Francisco Alves. 1958. São Paulo.