PRESSUPOSTOS – o conhecimento do
texto.
Noção de texto - Ingedore et alii
I
a) O berço da intertextualidade é
a Teoria Literária – primórdios: década de 60
b) Cada texto é constituído de
intertexto “numa sucessão de textos já escritos ou
que ainda serão escritos. Kristeva – apud
ingedore.
c) a intertextualidade entre na
composição do objeto da Lingüística Textual
d) Assim um texto está
sempre em diálogo com outro texto. É o
postulado dialógico de
Bakhtin – do texto fazem parte outros
textos que lhe deram origem. É o contexto.
7e) A intertextualidade em
sentido amplo é o dialogismo intertextual. Um texto está
sempre em contato com outro texto. Não há
texto. Há contexto – “nihil novi sub soli” – já dizia Salomão
II
a) Conforme Ing, o conceito de
texto passou por várias transformações, conforme as
perspectivas de cada momento.
b) Década de 60 – Não se fazia
distinção clara entre coesão e coerência.
PRESSUPOSTOS
DA INTERTEXTUALIDADE
a) Conceito de intertextualidade;
b) pressuposto da
intertextualidade – o texto e o discurso.
c) pressupostos do texto:
codificação + enunciação ou ato ilocucional
d) requisitos do discurso:
decodificação + repertório (conhecimento do mundo)
d) conceito de texto – é o
produto da enunciação, ou codificação com enunciação
manifesta
ou velada.
e) a intertextualidade velada e
manifesta: a enunciação manifesta ou velada é que vai
produzir
a intertextualidade clara ou
latente
f) a importância do repertório.
1 - O QUE É INTERTEXTUALIDADE?
Tem-se
definido a intertextualidade com sendo o diálogo de um texto com outro texto. É
o dialogismo. Mikhail Bakhtin define como sendo o processo de interação entre textos.
Ineração, ação entre, Textos agindo
entre si.
Não
me parece boa a definição. Ora, um texto não dialoga com outro texto. Não age
nem reage um em face do outro. O que acontece é que os textos, em convívio,
formam uma trama textual, resultando num tecido, que nada mais é que um
contexto, ou seja, texto mais texto, ou,
melhor ainda, texto com texto. O resultado é o CONtexto.
Ressaltando
a trama, a urdidura ou o urdume do tecido textual, pode-se, em vez de COM, que
aparece em CONtexto, optar pelo prefixo INTER,
com o sentido fundamental de ENTRE, NO MEIO DE, e teremos o INTERtexto,
cuja resultante é a INTERtextualidade.
Melhor
seria dizer que a intertextualidade é a presença ou a revelação, ainda que
tênue, de elementos de um texto em outro
texto, isto é, a trama intertextual – a
trama urdida entre textos. A
intertextualidade implica, pois, na identificação ou no reconhecimento de remissões ou
referências, explícitas ou implícitas,
num texto, a obras ou trechos de obras
constitutivas de outro texto. Como já se disse acima e não é demais repetir, m A
própria palavra intertextualidade diz tudo – relação entre (inter) textos.
Resumindo:
A intertextualidade é texto mais texto, ou texto entre texto, formando uma trama textual.
Com
maior economia fabular:
intertextualidade é a interação velada ou revelada entre textos.
2)
– TEXTO E DISCURSO
Impossível
discorrer sobre contexto, textualidade ou intertextualidade, sem noções básicas
e claras do que seja texto, discurso e repertório.
Ora, o texto, como
componente da intertextualidade, como seu pressuposto, é sua matéria prima – a
textualidade se compõe de texto.
O
que é texto? É a pergunta que se faz.
Em
princípio, todos sabem que o étimo da palavra texto é o latim textum,
que significa tecido, entrelaçamento. O texto
resulta de um trabalho de tecer, de entrelaçar os fios, cujo resultado é o
tecido. Esse é sentido etimológico.
Interessa-nos, contudo, aqui, não apenas o sentido lingüístico-diacrônico, mas
o sentido linguístico-literário.
Tem-se
definido texto das mais diversas maneiras:
Fávero
e Villaça Koch concluem que é lícito tomar o termo texto em dois sentidos: um
lato e o outro restrito.
“Texto,
em sentido lato, designa toda e qualquer manifestação da capacidade
textual(sic)1 do ser humano.” Fávero et al.2
E
aí se incluem as manifestações verbais, musicais, pictóricas; a dança, a
escultura; enfim.toda manifestação especificamente comunicativa ou
etimologicamente comunicativa, i.é, que ativa universos interiores comuns: COMUNicar.
As
autoras, antes de conceituar texto, no
sentido estrito, amarram-no ao discurso:
“Em se tratando da linguagem verbal, temos o discurso, atividade
linguística de um falante, numa situação de comunicação dada, englobando o
conjunto de enunciados produzidos pelo locutor (ou por este e seu interlocutor,
no caso do diálogo) e o evento de sua enunciação. O discurso é manifestado,
linguisticamente, por meio de textos (em sentido estrito).”1 Segue-se e conceito de texto:
“Neste
sentido, o texto consiste em qualquer
passagem.falada ou escrita, que forma um todo significativo, independente de
sua extensão. Trata-se de uma unidade de sentido...”1
O
destaque dos dois parágrafos supra é nosso.
Ressalte-se
que o intertexto, que compõe a
intertextualidade, pode não formar, isoladamente, um todo significativo, como
pode também não se tratar, por si só, de uma unidade significativa. Esse todo significativo, ou essa unidade de
significação, será alcançada no contexto em que o intertexto está inserido.
De
se notar que a amplitude da noção de
texto tem levado os autores mais preocupados com o rigor de expressão a traçar
os contornos dentro dos quais será
tomado o sentido da palavra texto. Assim, Travaglia e Villaça Koch, em Coerência Textual ,
pág. 8 da nota introdutória:
“Finalizando,
gostaríamos de deixar claro o sentido com que estaremos empregando o termo
texto.” E expõem:
“Texto
será entendido como uma unidade linguística concreta (perceptível pela visão ou
audição), que é tomada pelos usuários da língua (falante, escritor/ouvinte,
leitor), em uma situação de interação comunicativa reconhecível e reconhecida,
independentemente de sua extensão.”2
O
intertexto que compõe a intertextualidade pode não se revelar como uma “unidade
linguística”. Pode ser um fragmento que irá compor a unidade maior – o
contexto.
Texto é, então, uma sequência
verbal (palavras), oral ou escrita, que forma um todo que tem sentido para um
determinado grupo de pessoas em uma determinada situação.
1 Não é boa técnica inserir na
definição o termo definido: texto/textualidade
2. Linguuística Textual:
Introdução.
Fávero – Leonor Lopes e Villaça Koch – Ingedore G. - Cortez. São Paulo. 1983.
Pág. 25.
Ingedore Villaça Koch e Luiz Carlos
Travaglia.Contexto, 2008
A intertextualidade latente
Espécies de intertextualidade