Em
22.09.2015
Para
compreender Bechara
Moderna
Gramática Portuguesa
Editora
Lucerna – Rio. 1990
O Professor Evanildo Bechara
abre o capítulo I da sua monumental Gramática Portuguesa dedicando-o à
linguagem.
Ipsis verbis:
“Entende-se por linguagem qualquer sistema de signos simbólicos empregados na
intercomunicação social para expressar e comunicar ideias e sentimentos, isto
é, conteúdos da consciência.
Alinguagem se realiza historicamente
mediante sistemas de isoglossas
Comprovados numa comunidade de falantes,
conhecidos com o nome de línguas, com
veremos adiante.” Página 28 da Gramática.
No primeiro parágrafo,
esboça-se um conceito de linguagem: “...qualquer
sistema de signos simbólicos...”
Partindo-se dos sinais, sabemos que eles – os
sinais – se especificam em naturais
e artificiais. Por sua vez, os
naturais, quando físicos, são conhecidos como indícios (fumaça, trovoada); quando fisiológicos, são tidos como sintomas (febre, fome). Ao lado dos
sinais naturais, há os convencionais, Estes também se especificam: em ícones, os imagísticos (foto, estatueta);
em símbolos (balança; cruz) e,
finalmente, em signo, totalmente
arbitrário. O signo é o sinal lingüístico.
Símbolo
e signo são de natureza diversa. O símbolo não é totalmente arbitrário. Quando
muito, semiarbitrário. Já o signo é totalmente arbitrário. Essa distinção acaba
por dificultar a compreensão do que seja
signo
simbólico, como está na Gramática. Nessa linha de raciocínio, o adjetivo “simbólico”, acaba por ser impróprio para determinar o substantivo “signo”.
Numa espécie de árvore, teríamos:
a.1 - Indício (físico): fumaça, trovoada
a - Natural
a.2
- sintoma (fisiológico): dor, febre, fome
SINAL
´ b.1
- ícone (grego eikón, imagem): foto
b
- Convencional b.2 - símbolo (particular) cruz, balança,
espada
b.3 - signo (sinal linguístico) – palavra
Por serem, o signo e o símbolo, espécies distintas do gênero sinal, pergunta-se: ocorreria, salvo
melhor juízo, uma impropriedade falar
em signos
simbólicos?
Que digam os sábios na escritura!