sábado, 1 de maio de 2010

O adjetivo como determinante do sintagma suboracional

O ADJETIVO COMO DETERMINANTE DO SINTAGMA SUBORACIONAL

EM


PAVANA PARA UMA DEFUNTA INFANTA
Jorge de Lima



Essa pavana(1) é para uma defunta
Infanta, bem-amada, ungida(2) e santa,
E que foi encerrada num profundo
Sepulcro recoberto pelos ramos

De salgueiros(4) silvestres para nunca
Ser retirada desse leito estranho
Em que repousa ouvindo essa pavana
Recomeçada sempre sem descanso,

Sem consolo, através dos desenganos,
Dos reveses e obstáculos da vida,
Das ventanias que se insurgem contra

A chama inapagada, a eterna chama
Que anima esta defunta infanta ungida
E bem-amada e para sempre santa.



O adjetivo como determinante no sintagma suboracional

Noção de SINTAGMA - Gr. συνταΥμα - sin – com + tagma = ordeno.
logo, relação (sin) de subordinação (ordeno)


a) Segundo Saussure
b) Segundo Mattoso

Os níveis sintagmáticos

O substantivo

O adjetivo

1 – SINTAGMA 2

Segundo Mattoso (Dic. 1978 – 223), “termo estabelecido por Saussure para designar a combinação de formas mínimas numa unidade lingüística superior.”
De acordo com o espírito da definição, implícita em Saussure, ainda estribado em Matttoso, entende-se hoje apenas por sintagma um conjugado binário, em que um elemento DETERMINANTE(sic) cria um elo de subordinação com outro elemento, que é DETERMINADO(sic).

OS NÍVEIS SINTAGMÁTICOS

O sintagma apresenta planos hierárquicos de formação, a partir do plano primário de formas mínimas:
01 – Plano primário das formas mínimas – LOB-A: sintagma lexical, ou VAC-A-S
02 - Reunião de dois vocábulos LOBO MAU – sintagma locucional
03 - Reunião de partes da oração O LOBO VIU um CORDEIRO – sintag
suboracional (parte da oração)
04 – Runião de sujeito e predicado O LOBO comeu o cordeiro – sintagma
oracional
O5 – Runião de oração subordinada a outra - VI que o lobo comeu o cordeiro –
Superoracional

Vê-se, pois, que o sintagma se estabelece tanto no plano lexical (01 e 02) como no plano frasal, ou oracional ( 03 a 05.), supra.

O tema de nossa reflexão é o adjetivo como determinante no sintagma suboracional. Assim, não é ocioso (mas necessário) fixar, antes de qualquer consideração, o conceito de adjetivo.

2 - Sobre o adjetivo

A noção de adjetivo pressupõe a de substantivo.
Sabemos, com Rocha Lima, que

“Substantivo é a palavra com que nomeamos os seres em geral, e as qualidades, ações ou estados, considerados em si mesmos, independentemente dos seres com que se ralacionam.”

Podemos agora falar do adjetivo:

Para Mattoso: “Palavra de natureza –
a) nominal, ou
b) pronominal, que se associa com um substantivo...”. Dicionário (1978),

Acrescenta a sua propriedade dizendo que


3

“Podemos, em última análise, considerar o adjetivo indo-europeu como um nome ou pronome especializado para adjunto”. (Princípios/1964).

Podemos conceituar o adjetivo como expressão ou função de natureza nominal ou pronominal que determina o substantivo (ampliado ou não).
Nem posso dizer “que determina o núcleo substantivo”, pois esse núcleo pode estar ampliado pelos constituintes imediatos. Por exemplo

Meu grande amigo deu-me este belo presente.
Meu determina grande amigo. Grande determina amigo.
Este determina belo presente. Belo determina presente.

Então, melhor é dizer: “a função substantiva”

Assim, não posso dizer com Mattoso que o adjetivo é palavra de natureza nominal ou pronominal que se associa com um substantivo, pois, como no exemplo acima, o substantivo pode estar ampliado.
Nem poderíamos simplesmente dizer, como vínhamos fazendo, que é o determinante do substantivo porque o verbo também o é, embora o seja na composição do predicado.

O adjetivo poderá também determinar o pronome?
Acredito que em certas construções, quando se tratar, é claro, de pronome substantivo, poderá
“alguém oferece para alguém e esse alguém já sabe quem”
“com nós mesmos”; “com vós próprios”; “com nós outros”
“...o respeito do eu-lírico para com a defunta”
“o” e “lírico” determina o pron. subs. “eu”. “Eu” não passa a
subst. por causa do art. Continua sendo pron. (pron. subs.), pois continua sendo dêitico, (1.ª pés. – no texto o falante-autor), e não palavra conceptual.
Para Bechara é classe de lexema. Constitui inventário aberto


RODRIGUES LAPA
Para R. Lapa até o tom e o sufixo podem ter valor de adjetivo:

“...é tudo quanto sirva para caracterizar (os seres), jeito de entoação, palavra ou frase vale como adjetivo”

E ilustra a entoação com “Isto é que é um rapaz!” em que a entoação é o elemento caracterizador (adjetivo) de “rapaz”

Diz Lapa que conforme a maneira de entoar temos bom ou mau rapaz.

A mim me parece que o tom exclamativo caracteriza o bom rapaz

“Isto é que é um rapaz!”, e o interrogativo o mau rapaz
4
“Isto é que é um rapaz?”. Aqui até o “isto” fica depreciado.

Ilustra o sufixo com “Aí te mando esse LIVRECO(sic)”, em que há duas representações, a do substantivo e a do adjetivo, a do objeto e a da qualidade
“livro mau”
Objeto = livro: qualidade = mau. Tudo em “livreco”
CINTRA – Lindley

Em consonância com Câmara, Lindley Cintra afirma que a distinção entre substantivo e adjetivo só pode ser feita na frase, uma vez que obedece a um critério basicamente sintático, funcional.

O céu cinzento indica chuva (cinzento é determinante de céu)
O cinzento do céu indica chuva (cinzento é núcleo determinado)

Entendemos com Mattoso Câmara que o adjetivo é “Palavra de natureza – a) nominal, ou b) pronominal, que se associa com um substantivo...”. Dicionário (1978), e que “Podemos, em última análise, considerar o adjetivo indo-europeu como um nome ou pronome especializado para adjunto”. (Princípios/1964).
Mattoso insiste na relação determinante do adjetivo: “a distribuição entre substantivo e adjetivo não é semântica, senão funcional.”
O nome valendo por si mesmo é um substantivo
Valendo como modificador (determinante) é adjetivo.

O adjetivo acaba por não ser uma classe, ou um conceito, com diz Câmara, mas uma função.

Estudando o emprego do adjetivo, Rocha Lima relaciona entre eles
a) O nome adjetivo propriamente dito “...um homem taurino e...”
b) Uma expressão “...um homem de talento”
c) O pronome adjetivo “meu livro, este livro, nenhum livro”
Na função de adjunto adnominal, que é função adjetiva, inclui
c) O artigo: O professor.....Um professor
d) O numeral adjetivo: Dois irmãos......terceiro lugar.
Pois bem, aplicando a teoria sintagmática para o conceito de adjetivo, temos que ele é o determinante do substantivo – tanto na função de adjunto adnominal quanto na função de predicativo. Na função de adjunto adnominal ele determina o núcleo substantivo, na função de predicativo ele determina o sujeito, ou o complemento (direto ou indireto) que, na estrutura profunda, não passa de sujeito do predicado nominal.
A relação sintagmática evidencia e comprova outra relação não menos importante, a de subordinação, que se estabelece entre o adjetivo determinante, por isso mesmo subordinado, e o substantivo determinado, conseqüentemente subordinante.
Feitas essas considerações, podemos passar ao exame da funções adjetivas presentes no texto eleito como “corpus” do presente estudo.
Fiel ao conceito, o primeiro passo consiste no levantamento dos substantivos existentes no texto:

Essa pavana é para uma defunta 5
Infanta, bem-amada, ungida e santa,
E que foi encerrada num profundo
Sepulcro recoberto pelos ramos

De salgueiros(4) silvestres para nunca
Ser retirada desse leito estranho
Em que repousa ouvindo essa pavana
Recomeçada sempre sem descanso,

Sem consolo, através dos desenganos,
Dos reveses e obstáculos da vida,
Das ventanias que se insurgem contra

A chama inapagada, a eterna chama
Que anima esta defunta infanta ungida
E bem-amada e para sempre santa.




SUBSTANTIVOS:

01 – Pavana
02 – Defunta
03 – Sepulcro
04 – Ramos
05 – Salgueiros
06 – Leito
07 – Pavana(2)
08 – Descanso
09 - Consolo
10 – Desenganos
11 - Reveses
12 – Obstáculos
13 – Vida
14 – Ventanias
15 – Chama
16 – Chama (2)
17 – Defunta(2)






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ADJETIVOS
01 – De ”pavana”

Essa (essa Pavana)

02 – De “defunta”
a) Uma (uma defunta)
b) Infanta (defunta infanta)
c) Bem amada (defunta bem amada)
d) Ungida (defunta ungida)
e) Santa (defunta santa)
f) Que foi encerrada... (defunta que foi encerrada
num profundo sepulcro
recoberto pelos ramos de
salgueiros silvestre)

03) De “sepulcro”
a) Profundo (sepulcro profundo)
b) Recoberto pelos... (sepulcro recoberto pelos
ramos de salgueiros
silvestres)

04) De “ramos” (ramos de salgueiros
silvestres)

05) De “salgueiros” (salgueiros silvestres)

06) De ”leito”
a) Estranho (leito estranho)
b) Em que repousa (leito em que repousa
ouvindo essa pavana recomeçada sempre sem descanso, sem consolo através dos desenganos, dos reveses, e obstáculos da vida, das ventanias que se insurgem contra a chama inapagada, a eterna chama que anima essa defunta infanta, ungida e bem amada e para sempre santa)
07) De “pavana 2”

a) Essa (essa pavana)
b) Recomeçada sem descanso (pavana recomeçada sem descanso...)
-recomeçada sem consolo (pavana recomeçada sem consolo)
-recomeçada através dos desengano (pavana recomeçada através dos desengs..)
-recomeçada através dos reveses (pavana fecomeçada através dos reveses)
-recomeçada através dos obstáculos (pavana recomeçada através dos obtáculos
-recomeçada através das ventanias (pavana recomeçada através das ventanias)
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08) de “descanso” (em “sem descanso)
Sem determinante. Forma com a preposição (sem) uma locução adverbial
“Sem descanso” é uma locução adverbial determinando o adjetivo verbal
“recomeçada)

09) de “consolo” (em “sem consolo”)
Sem determinante (vale a mesma observação feita para “sem descanso”)

10) De “desenganos”
-Os(3) ( d(os desenganos) )

11) de “reveses”
-Os(3) ( d(os reveses) )

12) de “obstáculos”
-da vida (obstáculos da vida)

13) de “vida”
-a ( d(a vida) )

“Vida” forma com a preposição (de) uma locução adjetiva, “da vida”.
É uma locução adjetiva determinando o substantivo “obstáculos”

14 – de “ventanias”

-as ( d(as ventanias) )
-que se insurgem contra...a eterna...santa (ventanias que se insurgem contra a chama inapagada, a eterna chama que anima esta defunta ungida, e bem amada e para sempre santa)
15 – De “chama”

- a (a chama)
- inapagada (chama inapagada)

16 – De “chama 2” (aposto)
- a (a chama)
- eterna (chama eterna)
- que anima essa defunta...santa (chama que anima essa defunta
infanta, ungida e bem amada e
para sempre santa.)
17 – De “defunta 2”

- essa (essa defunta)
- infanta (defunta infanta)
-ungida (defunta ungida)
-bem amada (defunta bem amada)
-sempre santa (defunta sempre santa)

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Notas:

(1) -
– PAVANA - (séc. XVI) Dança de corte. Compasso binário ou quaternário.
Andamento lento majestoso. Cunha – Ant. Geraldo.
Corominas registra o vocábulo e diz ser do it. pavana(1508) fem. De pavano, forma vulgar de padovano, pertencente a Pádua. Italiano PADOVA, cid. da Itália

A PAVANA DE RAVEL - RAVEL - Pianista francês – Ravel tem uma composição para uma defunta infanta

O primeiro êxito de Ravel foi uma peça pianística, Pavana para uma infanta morta (1899), depois severamente julgada pelo autor, mas que persiste, em seu ritmo elegíaco, como uma de suas produções mais memoráveis. Ravel evoluiu, no piano, do impressionismo ainda sensível em Espelhos (1905), para os ritmos mais ásperos de Gaspard de la nuit (1908) em que persistem, no entanto, arabescos cromáticos fantasiosos

Maurice RAVEL – Pavane pour Une Infante Défunte (Pavana para Uma Infanta Defunta)
Na sua origem esta Pavana é uma obra para piano que foi escrita quando Ravel ainda frequentava o Conservatório de Paris, designadamente com Gabriel Fauré. Ela evoca a imagem poética de uma jovem princesa dançando na corte espanhola. É uma das obras mais conhecidas do compositor do Bolero, plena de melancolia e suavidade. Apesar de a intenção inicial do compositor ter sido a mera realização de um exercício académico, foi tal o agrado que se registou junto do público que ele se viu "obrigado" a preparar em 1910 a orquestração que aqui temos a oportunidade de escutar.
A Criação
A peça foi escrita em 1899 para piano composta, durante os estudos do compositor no Conservatório de Paris quando tinha apenas 24 anos em 1899 e orquestrada em 1910. É baseada em uma idéia apresentada por seu professor Gabriel Fauré em 1887, tendo como inspiração um quadro do pintor espanhol Velásquez. Foi dedicada à princesa Edmond de Polignac (Winnaretta Singer, filha do milionário criador das máquinas de costura e em cujo salão Ravel costumava tocar) . A peça tem uma duração de aproximadamente seis minutos.
O Tema
Segundo o autor, a peça não evoca nenhum momento histórico, mas somente a dança de uma jovem princesa na corte espanhola. O título não tem nada a ver com morte ou lamento, mas ele foi escolhido por aliteração. Ravel gostou da pronúncia da combinação de "infante défunte" e por isso a adotou no nome da obra.
Devido às suas raízes bascas, Ravel tinha uma predileção especial pela música espanhola. A pavana era tradicional dança espanhola em movimentos lentos, que gozou de grande popularidade entre os séculos XVI e XVII. Ele ainda utilizaria o tema em outras obras suas, tais como Ma Mère l'Oye, Rapsódia Espanhola e Bolero.
A Estréia
Como peça para piano, a estréia se deu em 5 de abril de 1902, na sala Pleyel, durante um concerto da Société Nationale, sendo executada por Ricardo Viñes, pianista espanhol e grande amigo de Ravel.
Na ocasião, ela foi bem aceita pelo público, mas recebida com muita restrição pelos críticos e músicos profissionais.
Como peça orquestral, a estréia aconteceu nos Concertos Hasselmans, no dia 25 de dezembro de 1911, sob a condução de Alfredo Casella.
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(2)
UNGIR é consagrar com óleo.

UNGUENTO, APLICAR ÓLEOS CONSAGRADOS.

UNÇÃO (DIC. BÍBLICO) - UNÇÃO VEM DO SUBSTANTIVO GREGO, “CHRISMA”; DAÍ VEM O VERBO CHRIO; E O ADJETIVO CHRISTÓS, QUE SIGNIFICA “UNGIDO”. NO HEBRAICO, O TERMO UNGIDO É MESSIAS, APLICADO A CRISTO. A UNÇÃO, NA BÍBLIA, PODE SER ENTENDIDA DE MODO ESPIRITUAL E LITERAL, COM A APLICAÇÃO DO AZEITE OU ÓLEO SOBRE ALGUÉM OU SOBRE ALGUM OBJETO.

UNÇÃO COM ÓLEO (DIC. BÍBLICO) - METÁFORA BÍBLICA QUE SIMBOLIZA O DERRAMAMENTO DO ESPÍRITO SANTO SOBRE ALGO OU ALGUÉM.

ÊXODO 30:22-25.

A UNÇÃO COM ÓLEO É O ATO DE DERRAMAR ÓLEO SOBRE ALGUÉM OU SOBRE ALGUM OBJETO, COM O SENTIDO DE TORNÁ-LO CONSAGRADO A DEUS, OU DE BUSCAR A CURA DIVINA SOBRE O ENFERMO.

COMPOSIÇÃO - ERA COMPOSTO DE “PRINCIPAIS ESPECIARIAS”: MIRRA, CANELA AROMÁTICA, CÁLAMO AROMÁTICO, CÁSSIA E AZEITE DE OLIVEIRAS.

TODO ÓLEO CONSAGRADO AO SENHOR É SANTO, SIMBOLIZA O ESPÍRITO SANTO, PORÉM SE A BÍBLIA ENSINA A RECEITA DO ÓLEO DA UNÇÃO, DEVEMOS FAZER COMO A BÍBLIA ENSINA. O ÓLEO DA SANTA UNÇÃO NÃO ERA FEITO COM QUALQUER TIPO DE ÓLEO (EX 30:26), MAS FABRICADO POR ORDEM DIVINA, COMTENDO OS INGREDIENTES SELECIONADOS PELO PRÓPRIO DEUS.

O PERFUMISTA OU QUALQUER OUTRA PESSOA FICAVA TERMINANTEMENTE PROIBIDO DE FABRICAR ESTA COMPOSIÇÃO QUE SE DESTINASSE A QUALQUER OUTRO USO QUE NÃO FOSSE PARA O SANTUÁRIO, SOB PENA DE PAGAR COM A VIDA A SUA DESOBEDIÊNCIA (EX 30:22-33).
RECEITA
MIRRA - 500 SICLOS (1 SICLO = 11,4 GRAMAS DE PRATA) - 500 X 11,4 = 5,7 KG.
CANELA AROMÁTICA - 250 SICLOS = 2,850 KG.
CÁLAMO AROMÁTICO - 250 SICLOS = 2,850 KG.
CÁSSIA - 500 SICLOS = 5,7 KG.
AZEITE DE OLIVEIRA - UM HIM = 6,2 LITROS.

* OBS: APÓS O PREPARO DO ÓLEO DA SANTA UNÇÃO É NECESSÁRIO CONSAGRA-LO AO SENHOR.

ALGUMAS PASSAGENS DO N.T. RELATIVAS À UNÇÃO COM ÓLEO:

DISCÍPULOS (MC 6:13).
PRESBÍTEROS / ENFERMOS (TG 5:14).
SEPULTURA (MC 14:8 - LC 23:56).
HÓSPEDES (LC 7:38 - LC 7:46).

a) Da inclusão do artigo entre os adjetivos

(3)ARTIGO –

Mattoso

O artigo “encerra uma indicação espacial, evidentemente, pois assinala que se trata de um ser difinidamente situado. Assim, nas línguas indo-européias que o possuem, há um valor demonstrativo, sincronicamente inegável, que coincide com a origem demonstrativa do vocábulo. O artigo é, pois, um demonstrativo vago (sic) em contraste com os demonstrativos precisos.
Mas não é este o valor essencial do artigo; com isso ele seria apenas qualquer coisa como o lat. is em face de hic, iste, ille. Para o artigo o valor demonstrativo se esbate no que se pode chamar a CATEGORIA DA INDICAÇÃO DEFINIDA (sic). “O livro” em português é – muito mais do que um livro que se acha em lugar conhecido dos interlocutores – um livro que os interlocutores sabem qual é.” (conhecem o lugar e o livro). Todos os destaques são do autor.


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(4) SALGUEIRO - Latim vulgar *Salicarius

Salgueiro é o nome comum das plantas do Género Salix, Família Salicaceae. O nome de Salix parece proceder do celta e quereria dizer: próximo da água.

2 comentários:

  1. Você poderia me responder qual a comparação dos sintagmas do adjetivo suboracional com o sitagma da oração superacional?

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    1. Prezada Elizabeth,



      Sinceramente agradecido pela sua participação.

      Muito importante a sua pergunta. Revela consciência plena da questão levantada: o comportamento do adjetivo tanto no sintagma suboracional quanto no superoracional, uma vez que, no poema de Jorge de Lima, constante do blog, ele foi examinado apenas pelo ângulo suboracional.

      Como se sabe, o adjetivo exerce suas funções sintáticas tanto projetando uma visão estática como uma visão dinâmica do universo, assim como o substantivo e o advérbio,

      No primeiro caso, visão estática, ele é um determinante do sintagma suboracional; no segundo, visão dinâmica, ele é um determinante do sintagma superoracional.

      Vejamos, valendo-nos de exemplos, que, segundo Sêneca, é o caminho breve e eficaz da sabedoria.

      Tomemos a frase, ou a oração “o homem trabalhador vence”. Trabalhador, como parte da oração, adjunto adnominal, é um determinante do sintagma suboracional. Como todo determinante, é subordinado ao seu determinado. Agora tomemos a frase, ou a oração geral: O homem que trabalha vence.

      A opção agora foi pela visão dinâmica (homem que trabalha, não o homem trabalhador).

      Que trabalha continua exercendo a função de adjunto adnominal, mas agora representado por uma oração determinante do mesmo substantivo. Esse determinante oracional, que trabalha, é um determinante do sintagma superoracional. Como determinante, é subordinado ao seu determinado. Por isso esse adjunto adnominal será conhecido como oração subordinada adjetiva. Oração, porque é uma expressão de sujeito e predicado; subordinada porque é determinante; adjetiva porque determina um substantivo. Não há, pois, necessidade de dizer, como faz a Gramática: oração subordinada adjetiva. Basta dizer: “adjunto adnominal oracional”



      Isso vai acontecer também com o substantivo e com o advérbio das chamadas e nunca explicadas orações subordinadas substantivas e adverbiais.

      Não sei se me fiz claro. Havendo dúvida, estou à disposição. Dentro dos meus limites, naturalmente.

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