sexta-feira, 2 de abril de 2010

CONSIDERAÇÕES SOBRE A ORAÇÃO LATENTE

Consulta da Prof.ª Gilda Maria Parenti



“PARA FALAR A VERDADE”

CONSIDERAÇÕES SOBRE A ORAÇÃO LATENTE

Segundo Zélio dos Santos (Dicionário de Lingüística), “oração latente é a que tem o núcleo do predicado ou todos os termos ocultos” –INL/MEC 1981

LATENTE – “Fonema latente é o que não aparece na cadeia falada, mas cuja presença somos obrigados a invocar, no sistema da língua, para explicar certos fenômenos: assim o fonema chamado `h aspirado´ não existe mais em francês, mas sua presença como consoante latente explica a ausência de ligação com a inicial de certas palavras como héros, etc.”
Dubois et alii – Cultrix/93

O festejado Dr. Maximino Maciel (sergipano), na sua “Grammatica Descriptiva” – 1918 – Francisco Alves, faz referência à oração latente, a que dá o nome de proposição latente ou semiótica.

O axionome “DR”, que precede o seu prenome, lhe é conferido por ter sido médico, e não por razão legal.

Pois bem, ao tratar do assunto, leciona: “...ao nosso ver, latente ou semiótica é toda proposição que, integralmente occulta,(sic) apenas se torne necessária á (sic) integração do pensamento e á (sic) exigência da anályse,...”.
Quer ele dizer que só se deve reconhecer a existência da proposição latente ou semiótica se a clareza ou a análise o exigir.

São seus exemplos: “Estes males não sinto, é bem verdade (que os não sinto”. “Do latim que, sendo estudado, como cumpre (que seja estudado), é só por si um bom curso...passou para as palestras da philosophia”.

JOSÉ OITICICA – insigne catedrático do Colégio Pedro II, não deixa despercebida a ORAÇÃO LATENTE.
Ele não conceitua, abre as considerações com o título “Da oração latente”, e dá exemplos, dentre os quais colhemos os que seguem:

“Meus amigos divertiram-se muito, MAS EU NÃO” (sic).
“Todos se enganaram, COMO EU” (sic).


Vejamos como final – considerando-se a oração latente.

1 -“Para falar a verdade, não sei se irei”

Eu falo que não sei se irei, para falar a verdade.

2 – “As rosas não falam, para não falar que não falei de flores”

“Eu digo (ou falo) que as rosas não falam, para não falar que não falei de flores”

3 – “Capitu é dissimulada, para citar Machado de Assis”

“Eu repito que ´Capitu é dissimulada´, para citar M. de A.”

É final, com uma oração latente de VERBO DICENDI.

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